Cimeira controversa entre a Rússia e a Coreia do Norte suscita preocupações a nível internacional

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O líder norte-coreano manifestou o apoio do seu país à Rússia, alegadamente em referência ao conflito na Ucrânia

Os líderes russo e norte-coreano apertam as mãos no início das conversações no Cosmódromo de Vostochny, porto espacial

A recente cimeira realizada no Cosmódromo de Vostochny entre Vladimir Putin e Kim Jong Un suscitou preocupações generalizadas na comunidade internacional devido à discussão sobre uma potencial cooperação militar.

O encontro tem como pano de fundo a guerra da Rússia contra a Ucrânia e a procura de armas nucleares por parte da Coreia do Norte, o que intensifica ainda mais as preocupações sobre as consequências da sua aliança.

Tanto Moscovo como Pyongyang enfrentam atualmente o isolamento internacional devido às suas respectivas acções na cena mundial. Os Estados Unidos alertaram para a possibilidade de um acordo de armas entre a Rússia e a Coreia do Norte, envolvendo potencialmente tecnologia de mísseis balísticos em troca de armas.

Durante a Cimeira, Putin reconheceu certas limitações à cooperação técnico-militar, mas deu a entender que existem áreas de discussão em aberto.

“Bem, há certas restrições, e a Rússia cumpre todas essas restrições”, acrescentou, “mas há coisas sobre as quais podemos obviamente falar, discutir, refletir. E também aqui há perspectivas”.

Vladimir Putin e Kim Jong-Un inspeccionam o porto espacial Vostochny Cosmodrome na região russa de Amur

Enquanto erguia um brinde, Kim, de 39 anos, disse: “O exército e o povo russos irão certamente obter uma grande vitória na luta sagrada para punir um grande mal que reivindica a hegemonia e alimenta uma ilusão expansionista”.

Numa referência velada ao Ocidente, Kim Jong Un elogiou a Rússia por defender a sua soberania contra “forças hegemónicas.” Em contrapartida, Putin manifestou a sua vontade de apoiar a Coreia do Norte no desenvolvimento do seu programa espacial e de satélites.

A localização da cimeira num centro espacial russo é particularmente provocadora. Alguns analistas especulam que sugere uma vontade de trocar tecnologia de lançamento de satélites por munições norte-coreanas, uma clara violação das sanções.

Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres

António Guterres, em comunicado, recordou Moscovo que “qualquer forma de cooperação de qualquer país com a Coreia do Norte deve respeitar o regime de sanções imposto pelo Conselho de Segurança”.

A cimeira teve lugar num contexto de tensões crescentes, uma vez que a Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos de curto alcance nas águas da península coreana. As autoridades norte-americanas e sul-coreanas declararam tratar-se de um “ato de provocação significativo” que ameaça a estabilidade regional e desafia os esforços da comunidade internacional para manter a paz.

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