Poderá a moeda dos BRICS remodelar a ordem financeira mundial? | por Mushtaq Ahmad Mahindro

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Será que os BRICS alargados conseguirão criar uma moeda comum?

O conceito de desdolarização está a ganhar força, sobretudo na sequência do interesse manifestado pela Arábia Saudita e pelos EAU, juntamente com mais de 30 outras nações, em aderir aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e introduzir uma nova moeda no âmbito dos BRICS como alternativa ao dólar americano. Para abordar esta questão, a cimeira dos BRICS está agendada para 22 a 24 de agosto de 2023, em Joanesburgo, na África do Sul. O bloco BRICS convidou também 67 líderes mundiais de África, da América Latina, da Ásia e das Caraíbas.

Principais pontos da agenda:

Para além do desenvolvimento das relações económicas e das infra-estruturas comerciais, uma questão premente na agenda da cimeira é a expansão do grupo BRICS, com vários países da Ásia, África e Europa a manifestarem interesse em aderir. Outro ponto digno de nota na agenda do bloco, que atrai uma atenção significativa dos meios de comunicação social, é o esforço dos BRICS para promover o comércio transfronteiriço utilizando moedas locais em vez do dólar americano. Há também notícias que sugerem que os BRICS estão a considerar o lançamento de uma nova moeda para reduzir o domínio do dólar americano no comércio e nas finanças mundiais.

De-Dollarization Prospects and Challenges (Perspectivas e desafios da desdolarização):

A questão fundamental é saber se os BRICS, que controlam coletivamente cerca de um terço do PIB mundial, podem alterar fundamentalmente o curso da geoeconomia global. Este artigo tem como objetivo explorar o potencial desta mudança monumental no panorama geo-financeiro mundial.

Em 1992, a quota-parte dos BRICS no PIB mundial era de 16,45%, em comparação com os 45,80% do G7. No entanto, em 2022, a quota dos BRICS tinha aumentado para 31,67%, enquanto a do G7 tinha diminuído para 30,31%. No grupo dos BRICS, a China detém a maior quota do PIB, com 70%, seguida da Índia, com 13,6%, da Rússia, com 7,2%, do Brasil, com 6,6%, e da África do Sul, com 1,7%. A Rússia está a liderar os esforços para desenvolver uma nova moeda para o comércio transfronteiriço…

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